domingo, 29 de novembro de 2009
Dois lados da ditadura
A primeira notícia, que pode ser acessada aqui, anuncia a decisão judicial de cosiderar o finado educador Paulo Freire como anistiado político. Perseguido e exilado, Freire ganha o status de anistiado muito depois de morto. Sua família receberá a indenização que foi considerada devida.
O outro lado, noticiado neste link, informa que o Ministério Público Federal ajuizou ação contra Paulo Maluf e Romeu Tuma, por ocultação de cadáveres de assassinados políticos da ditadura. Os corpos foram encontrados apenas da década de 1990, nas valas coletivas e clandestinas dos cemitérios de Perus e Vila Formosa. Maluf, atual deputado federal, era prefeito biônico da cidade na ocasião; e o hoje senador Tuma era chefe da polícia da ditadura, o DOPS. Ambos serão candidatos a reeleição no próximo ano...
sábado, 28 de novembro de 2009
Engels
Já tive oportunidade de protestar, aqui no Blog, contra o velamento que é comumente imposto a Engels e sua obra: ainda que seja comum as agremiações comunistas referirem-se a "Marx, Engels e Lenin", sempre em conjunto, Marx e Lenin são pauta freqüente. A figura de Engels é inadequadamente ofuscada, até mesmo quando se atribui apenas a Marx a autoria das muitas obras que escreveram em conjunto (quantas vezes não ouvimos falar sobre o Manifesto, de Marx; ou sobre Marx, em A ideologia alemã...).
Se é verdade que O capital (este sim, de Marx) constitui a obra magna do movimento comunista internacional, não se pode negar o empenho de Engels em abordar, à sua maneira, temas que se não constituem o foco central da literatura comunista, lhe dá a necessária sustentação. Os famosos Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem e A origem da família, da propriedade e do estado são exemplo disto. Também pode ser tomado como especialmente relevante A situação da classe operária na Inglaterra, texto que, segundo algumas versões, foi parcialmente responsável por fazer de Marx um marxista.
Fica o convite à leitura da obra de Engels, de quem Marx foi parceiro. Há alguns textos disponíveis no site do Partido Comunista Brasileiro - PCB (clique aqui) outros vários textos estão disponíveis nos Arquivos Marxistas na Internet (MIA) - clique aqui.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Política e Cidadania
O acesso aos textos integrais é possível clicando aqui.
Reproduzo abaixo o sumário da revista:
Editorial
Marília Claret Geraes Duran 1-2
Dossiê - Política e Cidadania
Apresentação do Dossiê
Daniel Pansarelli 5-7
Para uma história da relação ética-política
Daniel Pansarelli 9-24
Paulo Freire e Gramsci: contribuições para pensar educação, política e cidadania no contexto neoliberal
Elydio Santos Neto 25-39
Política e cidadania: práticas sociais possíveis
Marilene de Melo Vieira 41-59
O paradoxo da cidadania
Lucieneida Dováo Praun 61-69
Mídia e (i) responsabilidade cultural
Olga Aparecida do Nascimento Loyola 71-79
Raça e controle social no pensamento de Nina Rodrigues
Elisa Rodrigues 81-107
Três originalidades e um velho caminho
Mauro Luís Iasi 109-120
Religião e ética: sob as sombras do iluminismo
Frederico P. Pires 121-131
2ª Parte - Pedagogia e Pedagogos: Caminhos, Tramas e Desafios
3ª Parte – Letras e Escrituras: Traduções, Interfaces e Diálogos
Temas polêmicos
Revisitando dossiês
Resenha
ISSN: 1982-8993
domingo, 22 de novembro de 2009
O montante
- a verba já está pré-aprovada, bastando ao parlamentar apresentar as notas dos gastos para sacá-la;
- o salário do deputado federal, da ordem de R$16.000,00 não está implicado nesta verba, que é um "extra"; também correm por fora os salários dos assessores e outros gastos que contam com verba específica, tais como passagens de avião, publicidade etc.
- são 513 os deputados federais, cada um tendo direito aos R$15.000,00 mensais da tal verba indenizatória. Se a matemática não mudou, os gastos totais com estes recursos pré-aprovados chegam, na Câmara, a R$7.695.000,00 por mês. Isso equivale a R$92.340.000,00 por ano. Ou ainda R$369.360.000,00 por legislatura (de 4 anos). Quase trezentos e setenta MILHÕES de reais.
Segue abaixo a reportagem.
Documentos obtidos pela Folha na Justiça somam 2.000 páginas com dados de 70 mil notas
Notas fiscais utilizadas para justificar verba indenizatória levam a endereços fictícios, empresas desconhecidas do mercado ou clandestinas
Lula Marques/Folha Imagem |
ALAN GRIPP
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Documentos mantidos até agora sob sigilo pela Câmara mostram que empresas de fachada ou com endereços fantasmas são beneficiárias do dinheiro que a Casa destina para a atividade parlamentar.
A Folha obteve por via judicial as informações de cerca de 70 mil notas fiscais que foram objeto de reembolso aos deputados federais nos últimos quatro meses de 2008. É uma pequena amostra da caixa-preta que o Congresso mantém desde 2001, quando foi criada a verba indenizatória, adicional mensal de R$ 15 mil para despesas de trabalho (o salário de um deputado é R$ 16,5 mil).
Nas duas últimas semanas, a Folha analisou cerca de 2.000 páginas entregues pela Câmara ao Supremo Tribunal Federal a partir de mandado de segurança e percorreu endereços em cinco Estados e no Distrito Federal para checar os dados.
Deparou-se com uma série de endereços fictícios e com empresas que são totalmente desconhecidas do mercado. Os deputados que usaram notas dessas empresas alegam que os serviços foram prestados e dizem que não podem responder por eventuais problemas delas.
Um deles, Marcio Junqueira (DEM-RR), recebeu pelo aluguel de carros reembolsos mensais de cerca de R$ 15 mil da PVC Multimarcas. A empresa é do advogado do parlamentar, Victor Korst, e tem como endereço o escritório deste.
Criada há pouco mais de um ano, a PVC emitiu ao deputado notas fiscais de numerações inferiores a dez, o que indica que Junqueira é possivelmente seu único cliente. "Se você for dar nota de tudo o que faz e pagar todos os impostos, você morre de fome", justificou-se Korst.
Após abril deste ano, quando a Câmara passou a divulgar na internet os dados da verba, Junqueira deixou de pedir reembolso pelo serviço: "Acho que ele não teve ainda a felicidade de fazer com outros os contratos que fez comigo".
Endereços falsos
São muitos os casos de empresas que não existem nos endereços informados à Receita, situação que pode configurar crimes como falsidade ideológica e contra a ordem tributária (dois a cinco anos de prisão).
Os deputados baianos Severiano Alves (PMDB) e Uldurico Pinto (PHS) entregaram uma série de notas da Valente & Bueno Assessoria Empresarial, que informou à Receita funcionar num apartamento na Asa Sul de Brasília. O dono do imóvel nunca ouviu falar da firma.
No período analisado, a Valente & Bueno teria recebido R$ 56 mil dos dois deputados, mas, segundo eles, os pagamentos remontam a 2006, o que elevaria o valor a pelo menos R$ 350 mil se o padrão de pagamentos for constante. Severiano e Uldurico disseram que os serviços foram prestados, mas não souberam detalhá-los.
Severiano falou que a assessoria era "consultoria de mídia, principalmente" e que interrompeu os trabalhos em abril porque a Câmara teria proibido a contratação de consultorias, o que não é verdade. Uldurico disse não se lembrar exatamente o que solicitou -foram "trabalhos jurídicos, específicos".
Líder em volume de recursos no quesito "consultoria", com R$ 115 mil, a SC Comunicações e Eventos, que emitiu notas para dez deputados e ex-deputados, também não é conhecida em seu endereço oficial, uma casa simples em Luziânia (GO).
"Nunca funcionou nenhuma empresa ali, isso eu posso garantir", afirmou o caminhoneiro Giovani Braz de Queiroz, dono do imóvel há 12 anos.
Proprietário da SC, o jornalista Umberto de Campos Goularte, assessor do senador João Durval (PDT-BA), diz que o endereço inexistente se deve a um erro de seu contador e que ele prestou serviços de assessoria de imprensa, atividade para a qual os deputados já têm verbas específicas -R$ 60 mil ao mês.
Goularte disse ainda que a SC fica em Luziânia porque é lá que vive o seu contador e que a empresa cumpre "todas as suas obrigações". Segundo a prefeitura da cidade, porém, a empresa não recolhe ISS (Imposto Sobre Serviços) desde 2007.
Dois dos deputados que entregaram notas da SC contaram versão distinta, afirmando que a assessoria ou era jurídica ou produzia pareceres políticos.
Outra empresa, a Seven Promoções, emitiu em três meses notas de numeração 1, 2 e 3 a Zezéu Ribeiro (PT-BA), indício de que "trabalhava" exclusivamente para o deputado. Apesar de ter sido aberta em 1999, a firma só emitiu as primeiras notas em 2008. No endereço citado, em Brasília, funciona uma corretora de planos de saúde.
Já o aluguel de carros segue uma lógica peculiar: as empresas ou apresentam endereços fantasmas ou dizem funcionar em locais sem qualquer identificação, que abrigam outras empresas, atuando quase que só para atender deputados.
A Meridiano Locação de Equipamentos dá como endereço o de uma firma de saneamento. A Information Systems Tecnologia se apresenta na fachada como comércio de cartões telefônicos, embora conste como locadora de carros. Sem se identificar, aFolha tentou alugar carros nas duas, e ouviu que o serviço não era prestado. Após a reportagem questionar os deputados, a Meridiano e a Information disseram que seus funcionários se equivocaram.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
2012
Mesmo estando "longe", vi essa charge abaixo e não pude deixar de reproduzi-la aqui.