quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Quem era o sujeito?

O que vou escrever aqui deve ser lido sem esperança de correção gramatical. Da gramática, lembro algumas coisas ensinadas pela professora Josefina, em minhas 5ª e 6ª séries... Mas uma coisa que lembro é que na análise sintática do sujeito de uma frase, podíamos classificá-lo de algumas formas. Tinha o sujeito oculto (aquele que estava lá, mas não aparecia, tal como alguns dos nossos políticos atuais). Tinha também aquele sujeito que não existia, ou o que era indeterminado. Se não me engano, era a terceira pessoa do plural que referia a esses sujeitos mais obscuros, um misto de ausentes e fujões - nem claros e nem ocultos, muito pior!
Quando se lê "Ouviram do Ipiranga, às margens plácidas", podemos perguntar: quem ouviu? E ficaremos nos perguntando eternamente, pois esse é justamente o tipo de sujeito que não existe ou, se existe, não se quer deixar identificar. Ai vem o problema: porque se não há certezas de que alguém - quem quer que seja - ouviu, como poderíamos saber se efetivamente foi euforicamente entonado o brado retumbante? E, o que é pior, se não houve brado, muito menos retumbante (ao menos não um brado que algum sujeito definido tivesse ouvido), fica a dúvida sobre a qualificação heróica do povo bradador!
Talvez isso tudo não passe de uma brincadeira, uma anedota contada por alguém, e justamente por isso o sujeito ouvinte, que poderia confirmar ou desmentir o fato, é inexistente. Ou no mínimo indeterminado.
É isso: brincadeira, anedota. O hino? - não, a independência!