quarta-feira, 29 de abril de 2009

Filosofia, Revolução e outros eventos

Segue a divulgação de três eventos que podem interessar aos filósofos e amantes da filosofia:

O primeiro (cartaz abaixo) é a XIII Semana de Filosofia, promovida pelo Curso de Filosofia da Universidade Metodista de São Paulo (e-mail; site).



Os dois eventos abaixo estão sendo promovidos com a participação ou apoio do meu colega, Prof. Dr. Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio (blog):



segunda-feira, 27 de abril de 2009

Evento - movimentos populares


O Núcleo de Formação Cidadã da UMESP promoverá nos próximos dias uma nova edição do Encontro de Movimentos Populares e Cidadania. Terei oportunidade de participar de uma mesa, em meio à excelente programação deste evento. Clique aqui para ter mais informações.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Confinamento acadêmico

Como é fácil de se observar, nas últimas semanas reduzi significativamente o volume das postagens neste blog. São os afazeres acadêmicos - ando dedicando o tempo livre à conclusão do meu texto para o exame de qualificação do doutorado...
E, conforme afirma Onfray em sua Contra-História da Filosofia, ela, a filosofia, fora "confiscada desde o idealismo alemão pela Universidade, Templo da Razão hegeliana, é tida quase sempre como uma 'ciência da lógica'".
Peço um pouco de paciência aos leitores. Ainda assim, procurarei postar aquilo que me aparecer pela frente, ou na mente, quando a oportunidade surgir.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Arte e revolução

Ontem à noite, na aula de História da Filosofia Contemporânea (no Curso de Filosofia da UMESP) um colega levantou questão sobre o possível papel revolucionário das artes, sobretudo daquelas que atingem as massas, no contexto atual. Como representante deste modelo aguerrido de arte teríamos a iconográfica figura do vocalista do U-2, Bono Vox. A reflexão que esta discussão me gerou foi: se pode e, caso possa, até que ponto pode a arte midiática desenvolver um papel de caráter revolucionário? Ou seu limite seria a reforma - ainda que, em alguns casos, uma reforma desejável?
Dois elementos se me apresentaram nessa reflexão. O primeiro, é o fato de que é o grande capital que financia a arte, seja bancando-a diretamente, seja dando-lhe condições de sobrevivência por meio da divulgação midiática. De algum modo, o "patrão" do artista é o capitalista. Isso, dizia-nos Richard Wagner em seu texto A arte e a revolução, de 1849:

Nos tempos que correm é praticamente generalizado o lamento dos artistas em relação aos prejuízos que a Revolução lhes causou. Mas não é contra as proporções que a luta de rua atingiu, nem contra o abalo inesperado e violento a que o edifício do Estado foi submetido, nem tão-pouco contra a substituição apressada do governo que se dirigem as suas queixas. A impressão que esses formidáveis acontecimentos, em si mesmos, deixam atrás de si, é, na maior parte das vezes, relativamente passageira e o incômodo direto que causam não dura muito tempo. A ameaça de morte que pesa sobre a prática artística, tal como a conhecemos até os nossos dias, reside, pelo contrário, no caráter particularmente persistente dos recentes abalos. Os fundamentos vigentes do lucro, do comércio e da riqueza estão hoje ameaçados e, mesmo depois do regresso à calma exterior, depois do completo restabelecimento da fisionomia da vida social, há uma angústia torturante, uma preocupação profunda a corroê-la, a consumir-lhe as entranhas: a inibição dos empreendimentos paralisa o crédito. Quem quer conservar em segurança aquilo que tem renuncia ao ganho incerto. conseqüentemente a indústria estagna e a arte não tem de que viver.


O outro lado da questão também parece se fazer valer: o artista que, financiado e aclamado por massas, parece acostumar-se com facilidade aos prazeres da fama e do luxo, deixando, por vezes, abrandar seu ímpeto originalmente revolucionário. Sobre isso, lembro-me da música Minha Renda, da banda nacional oitentista Plebe Rude:



Minha Renda
(Plebe Rude)
Você me prometeu um apartamento em Ipanema
Iate em Botafogo, se eu entrasse no esquema
contrato milionário, grana, fama e mulheres
a música não importa, o importante é a renda!

Ambição - grana, fama e você
Ambição - grana, fama e você

Tenho que fazer sucesso antes que seja tarde
Eles acham que eu vendo, eu tenho uma boa imagem
o meu produtor, ele gosta de mim
grana vale mais que a minha dignidade

Tocar no Chacrinha ou na televisão
tudo isso ajuda pra minha divulgação
isso quer dizer mais grana pra produção e pra mim!

Você me comprou, pôs meu talento a venda
você me ensinou que o importante é a renda
contrato milionário, grana, fama e mulheres
a música não importa, o importante é a renda!

Ambição - grana, fama e você
Ambição - grana, fama e você

Eles trocam minhas letras, mudam a harmonia
no compacto está escrito que a música é minha
já sei o que vou fazer pra ganhar muita grana
vou mudar meu nome para Herbert Vianna

Estar no Chacrinha ou na televisão
tudo isso ajuda pra minha divulgação
isso quer dizer mais grana pra produção e pra mim!
Grana, fama e você!

Um lá menor aqui, um coralzinho de fundo (fundo!)
minha letra é muito forte? Se quiser eu a mudo
e tem que ter refrão (sim!) um refrão repetido (repetido!)
pra música vender, tem que ser accessivel!

Ambição - grana, fama e você
Ambição - grana, fama e você

Não sei o que fazer, grana tá difícil
tenho que me formar e nem escolhi um ofício
Você é músico, não é revolucionário!
Faça o que eu te digo que te faço milionário!

Estar no Chacrinha ou na televisão (a minha renda)
tudo isso ajuda pra minha divulgação (a minha renda)
isso quer dizer mais grana pra produção e pra mim!

A minha renda!