sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Promoção de livros

A Editora Expressão Popular está anunciando uma promoção em seu catálogo de livros, em comemoração aos 10 anos de sua fundação. Normalmente os livros por eles publicados já têm um bom preço...
Clique aqui para acessar a loja virtual.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Vez do circo

É famosa a chamada "política do pão e do circo". Repetida em momentos históricos diversos sob formas variadas, mantém o princípio: dar o mínimo necessário para a sobrevivência (pão) e, junto, suficiente cota de diversão barata (circo), para fazer esquecer que se tem a disposição apenas o mínimo necessário para a sobrevivência.
Como dizem que uma imagem vale mais do que não-sei-quantas palavras:



Mas para não dizer que só falei das flores, ao lado desta charge publicada pelo Amarildo na Gazeta Online, reproduzo também a foto estampada na capa da Folha de S. Paulo de hoje. Se uma imagem vale tantas palavras, duas podem fazer calar, refletir...

(foto dos passageiros tentando embarcar, na Estação Sé do Metrô de SP)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Criatividade terceiro-mundana

A criatividade terceiro-mundana em geral e a brasileira em especial é algo que sempre me atrai. É certo que só os povos necessitados podem ser criativos o suficiente para inventar formas de sanar suas necessidades, de manterem-se vivos. Gostaria mesmo de ver aflorar uma filosofia, de verdade (não meros comentários, notas de rodapé ou tagarelice repetidora) cuja característica fosse essa criatividade brasileira.
A inspiração para que estas idéias, que me acompanham há muito, viessem ao Blog agora é a matéria disponível neste link. Recomendada para os curiosos (pré-dispostos, portanto, à filosofia). E também aos apreciadores (?!) de Mac-Lanches, mas sem fundos para custeá-los.
Boa leitura - ou boa diversão.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Guerra e Paz

O início deste ano foi marcado, dentre outras coisas, pelos desproporcionais ataques de Israel à Palestina. Confesso que por andar mergulhado nos meus estudos acadêmicos, não vinha acompanhando de perto a política internacional (tema que sempre me atrai); por isso, eu não havia percebido a clara intenção israelense, de fabricar um cenário de instabilidade semanas antes de suas eleições locais. Temeroso, o povo elegeu a direita e a ultra-direita.
A guerra de Israel contra a Palestina parece a história bíblica de Golias contra Davi - ainda que não saibamos o final desta história, a real e atual. Israel, fundado em 1948 ocupando territórios anteriormente pertencentes a outros países árabes; financiado, armado e politicamente protegido pelos EUA. Tem tantos desafetos locais que a Liga Árabe - um conjunto de países da região - fundou a Organização para a Libertação da Palestina - OLP.
O motivo dos desafetos de Israel é, politicamente, o mesmo de seu sucesso nos massacres aos árabes: a força que permitiu o estabelecimento do Estado de Israel é uma força ocidental, estranha àquela vizinhança. Lá, Israel é aquele que se prostituiu em troca da força para ganhar uma disputa a qual, sozinho, nunca tinha sido capaz de vencer.
Lamentável que o mundo aceite esse tipo de ingerência internacional (imagino se tivesse sido Cuba, e não os EUA, a interferir na política internacional, qual não seria a reação da ONU...)
Lamentável que em 2009 ainda se faça guerra para ganhar eleições.

Para saber mais, acesse o sítio da Tenda Árabe

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Resquício militar

Esta semana começaram as aulas na Universidade em que trabalho. A cada novo semestre chama a atenção a manutenção do mesmo modelo arcaico de "trote". Caras e roupas pintadas, cabelos molhados, lambuzados ou cortados, numa palavra, demonstração de poder e controle dos "veteranos" sobre os "calouros". Esse controle se conclui, no geral, com os calouros sujeitando-se a pedir trocados nos faróis, financiando a bebedeira de todos.
Talvez muitos não saibam, mas o trote, no Brasil, teve origem nas academias militares pelos idos dos 1800. Os veteranos prendiam (literalmente, amarravam) e torturavam os calouros. Forma que aqueles que não têm poder encontram para demonstrar que, uma vez no ano, são poderosos (Paulo Freire já dissera que o oprimido hospeda em si o opressor). A primeira morte que se tem notícia aconteceu por volta dos 1830. As mais recentes circularam amplamente na mídia. Nesta semana, um estudante do interior de São Paulo chegou a ser chicoteado como parte deste "ritual"(?!).
Filosoficamente falando: não é de se admirar?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

História e guerra

Como não tem mais jeito, estou mesmo encerrando minhas férias. Isso quer dizer, dentre outras coisas, que pretendo voltar a atividade deste Blog.
As férias foram boas, muita praia, muito campo, tempo pra estudar e até mesmo oportunidade de ir "vestido a rigor" num show do Ultraje a Rigor... mas isso é outra história...
Mas justamente a história foi uma das preocupações centrais dos meus estudos de férias. Primeiro porque ministrarei aulas de história da filosofia neste semestre. Depois, porque estou escrevendo minha tese de doutorado e envolvido justamente num trecho em que a compreensão da história é a grande preocupação.
É incrível como identificamos a história com a verdade, como que aquilo tido como aceito historicamente ganhasse força de verdade dogmática. E é incrível como apenas uma das versões, uma das possíveis leituras da história torna-se "a eleita", fazendo-se verdadeira.
Intrigado com isso, resolvi começar o curso de História da Filosofia com a advertência de Michel Onfray, publicada como preâmbulo no seu primeiro volume da Contra-História da Filosofia, sob o título A historiografia, uma arte da guerra. Com seu jeito simplista e por vezes caricato, o autor apresenta a história da forma que considero mais adequada: a história dos vencedores. Quer dizer, a versão da história que tem grande circulação pelo mundo é a versão mais contada, apenas isso. Pode haver quem se contente com essa. Outros não. O que constitui problema, acredito, é acreditar que essa versão, oficial, é a única.
Para interessados no assunto, convido à leitura de Onfray. E para os dispostos a encarar outro texto, ainda que menos famoso, menos importante e certamente menos elaborado, convido à leitura do capítulo Verdades e interpretações, que publiquei no livro Filosofia e Modernidade, já incomodado com estas questões.