segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

História e guerra

Como não tem mais jeito, estou mesmo encerrando minhas férias. Isso quer dizer, dentre outras coisas, que pretendo voltar a atividade deste Blog.
As férias foram boas, muita praia, muito campo, tempo pra estudar e até mesmo oportunidade de ir "vestido a rigor" num show do Ultraje a Rigor... mas isso é outra história...
Mas justamente a história foi uma das preocupações centrais dos meus estudos de férias. Primeiro porque ministrarei aulas de história da filosofia neste semestre. Depois, porque estou escrevendo minha tese de doutorado e envolvido justamente num trecho em que a compreensão da história é a grande preocupação.
É incrível como identificamos a história com a verdade, como que aquilo tido como aceito historicamente ganhasse força de verdade dogmática. E é incrível como apenas uma das versões, uma das possíveis leituras da história torna-se "a eleita", fazendo-se verdadeira.
Intrigado com isso, resolvi começar o curso de História da Filosofia com a advertência de Michel Onfray, publicada como preâmbulo no seu primeiro volume da Contra-História da Filosofia, sob o título A historiografia, uma arte da guerra. Com seu jeito simplista e por vezes caricato, o autor apresenta a história da forma que considero mais adequada: a história dos vencedores. Quer dizer, a versão da história que tem grande circulação pelo mundo é a versão mais contada, apenas isso. Pode haver quem se contente com essa. Outros não. O que constitui problema, acredito, é acreditar que essa versão, oficial, é a única.
Para interessados no assunto, convido à leitura de Onfray. E para os dispostos a encarar outro texto, ainda que menos famoso, menos importante e certamente menos elaborado, convido à leitura do capítulo Verdades e interpretações, que publiquei no livro Filosofia e Modernidade, já incomodado com estas questões.

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