terça-feira, 30 de novembro de 2010

We can II

Sobre o mesmo assunto da postagem logo abaixo - os documentos sigilosos do governo estadunidense, publicados pela Wikileaks, que revelam a espionagem de líderes da ONU e de líderes de nações pelo governo daquele país.
A Folha de S. Paulo publicou uma compilação com 6 telegramas enviados pela embaixada dos EUA no Brasil, a respeito do governo brasileiro. Revelam que o Tio Sam no considera como "adversários". Acesse aqui a íntegra dos telegramas, em inglês.
A constatação imediata é o desrespeito à soberania das nações. As embaixadas estadunidenses, acolhidas pelos diversos países, aproveitavam sua estada no estrangeiro para enviar a Washington informações contra as próprias nações. Para os EUA, é preciso muito menos que isso para se começar uma guerra...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

'We can'

Nos últimos dias o Wikileaks (www.wikileaks.org) divulgou mais uma leva de documentos "secretos" do governo estadunidense, revelando novos desrespeitos às boas relações internacionais. Anteriormente este site já havia revelado diversos relatórios e outras formas de registro referentes às guerras do Afeganistão e do Iraque, comprovando - por relatos dos próprios militares aos seus superiores - a prática de torturas, assassinato de civis e outros crimes de guerra.
Apesar de chocada, a comunidade internacional parece procurar fingir que nada mudou.
Agora a coisa pode ser diferente: a leva de documentos publicadas nos últimos dias revela ordens do sistema de segurança dos EUA para que suas embaixadas espionassem autoridades de diversos países com os quais o Tio Sam mantém relações diplomáticas. Há registro - pasmem - até de coleta de DNA e leitura da íris dos candidatos a presidência nas últimas eleições paraguaias. Coisa de filme futurista, sensacionalista. Não fossem os registros publicados pelo site compostos dos próprios documentos oficiais scaneados. Nem o governo americano contesta sua originalidade.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Terrorismo midiático

Há alguns meses ministrei uma palestra sobre a Atualidade dos Aparelhos Ideológicos de Estado, como parte de um dos módulos do Curso Livre de Humanidades, organizado pela Profa. Suze Piza na Universidade Metodista de S. Paulo. No final, uma participante veio perguntar minha opinião sobre o controle ou não da mídia. Respondi que nenhum tipo de censura seria adequado, mas ainda assim era [e é] necessário uma forma de controle. Tal como os advogados têm na própria OAB seu mecanismo de autocontrole, ou os médicos o têm nos CRMs, a imprensa deve se autorregular, para evitar que outros queiram fazê-lo. É, portanto, a omissão da imprensa na iniciativa de autorregulação que gera brechas para iniciativas de controle externo. Há mesmo necessidade deste controle? Veja:
Sou leitor regular de jornais on line, dentre os quais a Folha de S. Paulo, que mantém uma versão digital atualizada em www.uol.com.br/folha. Eu nunca havia visto, no jornal, uma matéria "de capa" em inglês. Vi hoje (circulada, por mim, em vermelho - clique para ampliar):
Às vésperas de realização quase simultânea dos Jogos Olímpicos e de uma Copa do Mundo de futebol no Brasil - coisa, reconheça-se, que não ocorreu "nunca antes na história deste país", e talvez em nenhum outro canto do mundo - qual o interesse em um periódico paulista divulgar, em inglês, os conflitos armados que vêm ocorrendo em outro estado brasileiro? Não se trata, naturalmente, de mera difusão da informação. Nem de tentativa de expandir-se como veículo internacional - se o fosse, o jornal poderia ser inteiramente traduzido para outros idiomas.
Essa ação não é informativa em sua essência, mas política. E chama, infelizmente, por regulações - indesejadas - igualmente políticas da imprensa. Torçamos para que os profissionais da área percebam que não podem prorrogar eternamente a irrestrita impunidade em nome de um dogma antiditatorial. Que proponham, por si e para si, mecanismos de avaliação e controle dos abusos. Para que os controles não sejam externos e, portanto, também abusivos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Caminhos da filosofia na sala de aulas

No próximo sábado acontecerá, sob coordenação do Prof. Dr. Marcos Lorieri, o VI Encontro de Escolas e Educadores: Caminhos da Filosofia na Sala de Aulas, que terá por tema "Educação, Formação e Filosofia". Em destaque, as palestras dos professores doutores Antônio Joaquim Severino e Patrícia Del Nero Velasco. Mais informações no cartaz abaixo (clique para ampliar):


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Marcos Lorieri: textos

Ontem ocorreu a segunda e última noite de atividades do I Colóquio de Professores de Filosofia da UFABC, desta vez com a presença do Prof. Dr. Marcos Antonio Lorieri.
Bem humorado e agradável como sempre, a exposição-diálogo de Lorieri pautou-se em importantes obras relativas ao ensino de filosofia, destacadamente O ensino de filosofia como problema filosófico de Alejandro Cerletti (Ed. Autêntica, 2009), e o Convite à filosofia, da Marilena Chauí (Ática, 14 ed., 2010). Instigou os presentes a fomentarem um diálogo, sempre filosófico, que transpassou por temas da filosofia e das atualidades.
Abaixo estão os links para dois dos muitos textos produzidos pelo prof. Lorieri:

Texto: Aprender a investigar na educação básica - clique aqui.

Texto: O lugar da Filosofia na experiência educativa - clique aqui.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Registro de Visitas

Nesta semana o blog alcançou a marca de 25000 visitas desde o início da contagem. Agradeço a atenção dos leitores regulares ou eventuais. Como sempre, sugestões e comentários são desejados.

Franklin Leopoldo: textos

Ontem ocorreu a primeira noite do I Colóquio de Professores de Filosofia da UFABC, com a presença do Prof. Dr. Franklin Leopoldo e Silva, que nos falou sobre Filosofia e Ensino a partir da conjugação (original, diga-se) de ideias diversas de pensadores como Adorno e Bourdieu.
Especialmente interessante foi a proposição de "compor" com os dois autores uma teoria da educação, visto que ambos parecem ter posições opostas quanto às possibilidades transformadoras do processo educativo (enquanto Adorno defende a educação como Formação, no sentido forte e amplo do termo, Bourdieu parece caminhar mais próximo de um Althusser ou um Foucault, compreendendo a educação como instrumento de dominação, não de transformação). Franklin, que parece caminhar mais próximo de Adorno, vale-se de diversos instrumentos relevantes, oferecidos por Bourdieur, para pensar a educação como Formação.
O público presente pareceu bem interessado. Ao todo, entre a exposição e o diálogo - intenso - com os presentes, foram 2h30 de atividades.
Para quem não esteve lá (e para quem esteve, também), indico links para dois textos do prof. Franklin sobre a relação filosofia-educação:

Texto: Reflexão sobre o conceito e a função da universidade pública - clique aqui.

Texto: Por que filosofia no segundo grau? - clique aqui.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Especial: Congresso Nacional

O humor costuma ter a peculiar capacidade de levar à reflexão diferenciada, desprovida das amarras próprias aos discursos mais lógicos, racionais, sérios. Abaixo vai uma breve seleção de charges, irônicas (ou sarcásticas?) para ajudar a pensarmos nossa política:




sábado, 13 de novembro de 2010

Professores de Filosofia na UFABC

Re-publico o cartaz de divulgação do I Colóquio de Professores de Filosofia da UFABC, que ocorrerá na próxima semana, no Campus S. Bernardo. Apesar do grande número de inscritos, ainda há algumas vagas.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Site em teste

Criei um site pessoal, que está em fase de testes. O principal objetivo é disponibilizar de forma mais organizada alguns dos textos que tenho escrito nos últimos anos.
Aos interessados, o link é https://sites.google.com/site/pansarelli/
Tudo ainda é provisório, inclusive a decisão por manter ou não este espaço ativo. Sugestões e comentários são muitíssimo bem-vindos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O lugar escrito

O lugar escrito é um site-blog mantido sob coordenação da Dalila Teles Veras (Livraria Alpharrabio) com o intuito de difundir no espaço virtual o Fórum Permanente de Debates Culturais do Grande ABC, que ocorre mensalmente de forma presencial, na livraria. Trata-se de um dos mais sérios esforços de difusão cultural na região.
Além de divulgar o Fórum no blog, esta postagem é também uma forma de reconhecimento do grande valor da Alpharrabio.
Visite o blog O lugar escrito
Visite a Livraria Alpharrabio

FÓRUM PERMANENTE DE DEBATES CULTURAIS DO GRANDE ABC

O Fórum Permanente de Debates Culturais do Grande ABC foi criado em 2007 com o objetivo de estabelecer um processo participativo e crítico das políticas públicas da cultura e da ação cultural integrada na região do ABC. Trata-se de um grupo independente, sem constituição jurídica, que vem discutindo, entre muitas questões, estratégias de atuação regional, incluindo a organização da comunidade cultural, o estabelecimento de canais de comunicação, e o reconhecimento da cultura como centralidade e valor inalienável da formação humana.

O Fórum tem reuniões mensais e participantes de nossas sete cidades, dentro os quais, produtores culturais, professores, artistas, ex-secretários de cultura, agentes culturais, estudantes e interessados de varias áreas.

HISTÓRICO

Estimulado pelas discussões da comunidade cultural durante o Congresso de História do Grande ABC, realizado em São Bernardo do Campo, em abril de 2007, posteriormente durante as discussões da Jornada ABCDMaior, realizada também em São Bernardo do Campo, bem como em diversos momentos anteriores na Livraria Alpharrabio, em Santo André, um grupo de pessoas de toda a região do Grande ABC, interessadas em criar um processo participativo e crítico das políticas públicas da cultura e da ação cultural na região do Grande ABC, bem como integrar ações regionais instituiu em novembro de 2007, o Fórum Permanente de Debates Culturais do Grande ABC, sem constituição jurídica.
Desde então, o Fórum mantém ininterruptamente reuniões mensais nas dependências da Livraria Alpharrabio. Ao mesmo tempo em que discute esse processo recolhe demandas dos produtores culturais e interessados, o grupo também elabora projetos de auto-capacitação, para uma efetiva reorganização da própria comunidade cultural, convidando pessoas de notório saber e experiência na área para encontros no Fórum, que trazem informações e indicam bibliografia sobre mecanismos de financiamento à cultura, municipais, estaduais e federais, formas institucionais de participação a serem estabelecidos diretamente com as administrações públicas, enfim, toda informação possível no sentido de preparar essa desejada capacitação. Ouvir dos gestores públicos suas idéias e planos para sua gestão, estabelecendo um diálogo de idéias entre o grupo foi outra decisão do grupo.
Outras preocupações estão no estabelecimento de canais de comunicação e de cobranças, no sentido de fazer valer os seus saberes e tradições, incluindo o reconhecimento da cultura no processo educativo, como um valor inalienável da formação humana. Trata-se da construção de um processo que deve juntar a atual reflexão ao acúmulo de massa crítica pré-existente e que possa dar respostas e representar simbolicamente toda a riqueza de nossa expressão de verdadeiros criadores culturais e políticos.


A partir da reivindicação do Fórum Permanente de Debates Culturais do Grande ABC foi criado, em abril de 2008, O Núcleo Estratégico Cultura (NE) no Consórcio Intermunicipal ABC.
Aquela primeira reunião do GT Cultura, passou a ser histórica, uma vez que:

1) reuniu pela primeira vez, no quarto ano das respectivas gestões municipais, 6 das 7 Secretarias e/ou diretorias de cultura, que, diga-se, não se conheciam pessoalmente e jamais haviam antes esboçado quaisquer discussão sobre problemas comuns na área da cultura e aconteceu por força de uma iniciativa da comunidade.

2) Nessa reunião, foi eleito um coordenador para o GT, Dalila Teles Veras, escritora, dirigente do espaço Cultural Alpharrabio desde 1992, também coordenadora do Fórum, e um relator, Simone Zárate, então Secretária de Cultura de Santo André. Pela primeira vez, na história do Consórcio, um GT contou com um representante da sociedade civil na sua coordenação. Isso se deu não por força de lei, mas por um princípio de reconhecimento, legitimidade e conveniência.

3) Constituído oficialmente, o GT de Cultura, reunindo as 7 secretarias de cultura e representantes da comunidade, indicados pelo Fórum, passou a se reunir mensalmente nas dependências do Consórcio, e encaminhou diversos projetos resultantes de demandas levantadas no Fórum Permanente de Debates Culturais.

O Fórum Permanente de Debates Culturais do Grande ABC, através de seus representantes junto ao GT Cultura no Consórcio Intermunicipal, encaminhou diversos projetos, dentre eles:

a) Projeto de Censo Cultural Regional (em andamento), cuja proposta inovadora, de que o censo se desdobre em ações e contínuo aperfeiçoamento das informações e referências;
b) Mapa de Equipamentos e Ações Públicas de Cultura no ABC, cujos questionários foram remetidos às Secretaria sde Cultura das 7 Cidades e devolvidos devidamente preenchidos;
c) Sugestão para um programa de circulação regional de produtos culturais.

(Dalila Teles Veras)

domingo, 7 de novembro de 2010

Sobre o ENEM

A charge abaixo, do Jarbas, foi publicada no Diário de Pernambuco.
Triste realidade...
(Trocadilho com a canção do Metallica, Sad but True (?))

sábado, 6 de novembro de 2010

Educação como mercadoria

É triste quando as notícias sobre instituições de ensino superior brasileiras são lidas nos cadernos de Economia dos jornais.
O UOL noticiou recentemente que a Anhanguera, "con(a)glomerado" educacional, registrou no último trimestre lucro superior a 32 milhões de reais. Registre-se: LUCRO. Superior a R$ 10 milhões por mês. Chocante.
Há alguns anos defendia-se que era preciso democratizar o ensino superior no Brasil. A falácia ocorrida desde então convenceu a alguns, que acham que estamos democratizando. Não estamos.
Se o acesso é mais fácil, trata-se de acesso a sabe-se-lá-o-que. Não é ensino. Menos ainda, superior.
A notícia referida está disponível aqui.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Três lançamentos

Recentemente foram lançados três livros de colegas por quem tenho grande apreço. Recomendo-os.

Educando para a argumentação: contribuições do ensino da lógica, de Patrícia Del Nero Velasco, publicado pela Editora Autêntica (clique aqui).

Marxismo e libertação: estudos sobre Ernst Bloch e Enrique Dussel, de Antonio Rufino Vieira, publicado pela Editora Nova Harmonia (clique aqui).

Ética intercultural: (re)leituras do pensamento latino-americano, de Ricardo Salas Astrain, publicado pela Editora Nova Harmonia (clique aqui)







quinta-feira, 4 de novembro de 2010