quarta-feira, 24 de junho de 2009

Tomar vinho com Sócrates?

O Teatro Oficina, com o destacado José Celso, estreará hoje sua nova peça: O Banquete, inspirado no texto de Platão. A característica do diretor, polêmica, inovadora, questionadora - um quê de filosófica - faz gerar boas expectativas.
Ao melhor estilo Zé Celso, o ingresso dará direito aos comes d'O Banquete. O vinho, também disponível, tem custo a parte (afinal nosso mundo não é a aristocrata e antiga Grécia...)

As informações estão disponíveis no site do grupo: www.teatroficina.com.br

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Polícia na Universidade

A presença da polícia armada no interior do campus da Universidade de São Paulo é fato que não pode passar despercebido. Menos pela violência física (há muito mais violência em lugares menos visitados pela elite e pelos veículos de comunicação...), penso eu, mas muito mais pela violência simbólica. Até o presente, no Brasil, nunca foi necessária a força armada, policial, para mediar relações no interior das universidades. O próprio sentido de "autonomia universitária", garantido pela legislação federal, respeita este espírito dialogal e pacífico (mesmo quando conflituoso), forjado desde antes da Constituição Federal. Quando a polícia invadiu universidades, foi sem necessidade, por truculenta imposição de gestores incapazes ou mal intencionados, tal como durante a ditadura militar.
A presença da polícia armada, solicitada pela atual reitora da USP, atesta, no mínimo, sua incompetência.

Ainda sobre esse assunto, reproduzo matéria que recebi por e-mail. Não me foi informada a fonte original:


Chauí, Cândido e Benevides criticam reitoria e violência policial

Delegado Protógenes comparece a ato e diz que polícia deve combater crime, não manifestantes; Passeata contra repressão militar acontece nesta quinta-feira, 18

Por Lúcia Rodrigues


Os professores Antonio Cândido, Marilena Chauí e Maria Vitória Benevides criticaram o uso da força policial contra a comunidade acadêmica. Eles também não pouparam criticas à reitoria da universidade. O ato que reuniu os docentes foi organizado pela Adusp (Associação dos Docentes da USP).

O evento lotou o anfiteatro da Geografia. Um telão teve de ser instalado no saguão do prédio, para que o público que não conseguiu entrar no auditório pudesse acompanhar a intervenção dos intelectuais. O prédio da Geografia, onde ocorreu o ato, foi bombardeado pela PM, no último dia 09.

“Em uma única gestão a reitoria trouxe a polícia duas vezes para dentro do campus”, ressalta indignada a filosofa. Para Marilena, o poder excessivo concentrado nas mãos da reitoria precisa ser desestruturado. “A repressão se tornou ‘natural’ porque não temos mais fóruns de discussão. A única resposta (da reitora) é a resposta repressiva”, frisa.

A filosofa também criticou a Univesp (o ensino à distância, que o governo do Estado quer implantar nas três universidades estaduais paulistas), mas destacou que não se trata apenas de um projeto estadual. O Ministério da Educação também defende a idéia.

Atentado

A invasão da PM ao campus é classificada pelo professor aposentado de Teoria Literária Antonio Cândido, como “um atentado contra os direitos mais sagrados de agir e discutir”. Ele conta que foi ao ato organizado pela Adusp, para externar sua indignação contra a presença da PM no campus e a violência por ela praticada. “Estou aqui para protestar contra isso”, afirma.

A professora da Faculdade de Educação Maria Vitória Benevides destaca que a violência só ocorre quando se fecham os canais de diálogo. “Fora da política, só existe uma alternativa, que é a da violência.”

Maria Vitória também criticou duramente a postura da reitoria em relação à Univesp. “A Faculdade de Educação tem manifestado criticas fortes e sólidas contra a educação à distância. Isso deveria ser um sinal para os dirigentes da universidade, mas, infelizmente, não é.”

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz também criticou a violência policial praticada no campus. “As forças policiais devem combater o crime, principalmente o de corrupção, não manifestantes.” Ele revelou à reportagem de Caros Amigos que participou do movimento estudantil quando era universitário. “Fui delegado ao congresso da UNE em 1980. Ajudei a eleger o Aldo Rebelo (atual deputado federal do PC do B).”

Passeata

Representantes do Fórum das Seis, entidade que representa docentes, funcionários e estudantes da USP, Unicamp e Unesp, se reuniram, no final desta manhã, com os reitores das três universidades. Os dirigentes exigiram a saída imediata da PM do campus para a reabertura das negociações.

Segundo o coordenador do Fórum das Seis, professor João Chaves, a entidade também reivindicou que o Cruesp redija um comunicado reconhecendo o direito de greve dos manifestantes. “Os piquetes são para proteger os funcionários que ficam fragilizados diante de chefias repressoras”, destaca.

A reitora Suely Vilela não se manifestou sobre o assunto. Em nota o Cruesp não se manifestou sobre a retirada da PM do campus. O texto informa que está agendada uma reunião para o próximo dia 22.

Na quinta-feira, 18, o Fórum organiza manifestação no Masp (Museu e Arte de São Paulo) às 12h. Os manifestantes seguem em passeata até o Largo São Francisco, onde realizam ato público para denunciar a violência policial.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Filosofia e política no mundo antigo

Parte das aulas de Ética que ministrei neste semestre que se encerra, envolveram o mundo antigo. Ainda que tenha me concentrado na ética aristotélica, pelos menos duas relações são imprescindíveis: uma, entre Aristóteles e seu mestre, Platão. Outra entre a ética e a política.
Recentemente o prof. Dr. Gabriele Cornelli, amigo há alguns anos, publicou um texto interessante que aborda a questão, especialmente centrada em Platão. Seguem os dados e, mais abaixo, o link para o texto completo:

Título: A paixão política de Platão: sobre cercas filosóficas e sua permeabilidade.
Resumo: O presente artigo se propõe abordar a questão da relação entre a filosofia e a política, partindo do debate intelectual sobre ética e política do V-IV século em Atenas. Debate, este, que acontece na esteira do surgimento de uma nova individualidade, marcada pela descoberta da tragicidade alma. Destaca-se no interior deste debate a redefinição de uma postura filopolítica, em toda sua ambigüidade histórica e idealidade ética. Aristófanes, Tucídides, Eurípides, Górgias e, obviamente, o próprio Platão estão empenhados na definição da possibilidade (ou menos) de encontro entre filosofia e cidade, público e privado, justiça e interesses, indivíduo e comunidade. A solução platônica para o problema revela complexidade e articulação típicas de seu pensamento: o filósofo que se repara da tempestade atrás de uma cerca acadêmica (Resp. 496d) é o mesmo que, “para não parecer somente palavra a ele mesmo” (VII Epist. 328c) zarpa em direção ao
incerto projeto siracusano.


O artigo completo está disponível no site do Grupo Archai: clique aqui.

domingo, 7 de junho de 2009

Convite - Estudos Comunistas

Convido os interessados a participar do nosso Grupo de Estudos Comunistas, conforme divulgado abaixo:

(clique na imagem para ampliá-la)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Lista de distribuição

Caros visitantes do Blog,
Criei um e-grupo, para que funcione como uma lista de distribuição de e-mails, com a finalidade de divulgar aos interessados os diversos eventos, chamadas para publicação e outros assuntos de interesse filosófico que recebo regularmente.
Como forma de evitar a prática de spam, organizei a lista para que apenas o moderador possa enviar mensagens.
Se tiver interesse em participar desta lista, insira seu e-mail no campo abaixo:









Grupos do Google
Participe do grupo Informes Filosóficos - Daniel Pansarelli
E-mail:

Visitar este grupo

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Livros em tempos de internet

Reproduzo abaixo matéria publicada hoje no Diário On Line, do Diário do Grande ABC:

Bibliotecas superam avanço da internet

Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC

A velocidade da internet na dissolução da informação ainda não é o bastante para superar o valor dos livros e diminuir a frequência do público nas bibliotecas. Especialistas acreditam que a era digital veio para transformar esses espaços em sistemas multidisciplinares de atividades educativas e aprendizado, agrupando, além das prateleiras de revistas, jornais e livros, videotecas, computadores e gibitecas.

A função do bibliotecário ao longo dos anos também foi alvo de mudanças. A educação continuada desses profissionais, para que possam oferecer uma melhor orientação sobre os títulos que sugerem ao público, no entanto, segue como prioridade. Para estudiosos da área, essa deve ser uma iniciativa pessoal, além de contar com o incentivo das esferas governamentais para que haja formação não apenas didática, mas de interação com os visitantes.

Há 26 anos como bibliotecária, Juscilene Araújo Monteiro, de Diadema, diz que o papel da biblioteca é milenar e, atualmente, vai além dos livros. "Temos de estar preparados para atender tanto quem está no mundo virtual quanto fora dele. Preservar o livro e abrir maneiras de levar a informação é importante para o movimento das bibliotecas", afirma.

A instalação de bibliotecas nas escolas fez com que as regiões centrais passasem a registrar uma maior presença de jovens e adultos. "Geralmente, nos bairros, as crianças vão sozinhas até a biblioteca por estarem mais próximas. Já no Centro tem mais a presença de universitários e adultos. O importante nesse processo é darmos suporte na mediação da leitura, estimulando e orientando as pessoas a sempre conhecer algo a mais sobre o assunto que busca. A internet é um suporte importantíssimo para os livros", conclui a agente de biblioteca Maria Terezinha Morais Araújo.

Há 30 anos acompanhando a rotina da biblioteca municipal de Santo André Nair Lacerda, a gerente Glaucia Saspadino Lanzoni lembra que antigamente 80% da demanda de atendimento era focada nos estudantes, que muitas vezes iam copiar textos ou tirar xerox.

"Com o passar dos tempo, foi se criando um acesso mais rápido com o advento da internet, mas isso não ultrapassou o livro, que é a maior forma de preservar conteúdos. As pessoas têm prazer em pegar um livro para ler. O ambiente calmo para leitura e uma pesquisa confiante nos registros dos livros são alguns dos motivos que levam desde crianças até os adultos às bibliotecas", diz

Glaucia também aponta mudanças estruturais nesses espaços. "A biblioteca deixou de ser uma demanda de produção para ser um centro de informação, com uma dinâmica mais rápida", afirma.

MODERNIZAÇÃO - A atualização dos títulos oferecidos nas bibliotecas é uma necessidade importante para os frequentadores desses espaços. Diariamente a auxiliar administrativa Sônia Maria de Oliveira, 44 anos, reserva o horário do almoço para leituras na biblioteca. "Sempre gostei de ler e tenho muito interesse pela área da psicologia. Antigamente os livros da biblioteca de Santo André eram velhos. É importante que haja sempre a atualização das edições. Não acho que a internet seja tão confiável. Ainda prefiro os livros", disse.

"Estou estudando para prestar concurso no Ministério Público e os livros que tenho de ler são muito caros. Imagine ter que comprá-los? Muita gente não tem condição", disse o advogado Oscar Ziroldo, 28 anos, que todos os dias vai ao Centro Digital de São Caetano.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Capitalismo e Cidadania

Passada uma fase turbulenta de minhas atividades profissionais - com muitos afazeres relacionados ao doutorado, especialmente -, tentarei retomar a regular atividade deste blog.
E para esse "retorno", disponibilizo abaixo os links para uma palestra que ministrei há algumas semanas, na universidade Metodista, por ocasião do 4o. Encontro de Movimentos Populares e Cidadania.

Parte 1


Parte 2


Parte 3


A fala do Prof. Dr. Luiz Roberto Alves, que se seguiu à minha, também foi registrada e pode ser acessada clicando aqui.