sexta-feira, 6 de maio de 2011

Por trás dos homossexuais

Ontem aconteceu algo especialmente relevante no cenário político nacional. Nosso órgão máximo do judiciário reconheceu o direito dos homossexuais constituírem família - o que já se verificava na prática passa a ser, agora, direito. A coisa foi tão séria que tomou toda a metade superior da capa da Folha de S. Paulo de hoje (veja aqui).
Para além da conquista dos homossexuais, a relevância da decisão encontra-se no que está por trás do tema (sem maldades): uma decisão radicalmente contrária aos interesses das igrejas em geral e da católica em particular. A CNBB enviou um representante para que defendesse o não reconhecimento do direito dos homossexuais. Os evangélicos tiveram o mesmo direito, mas não o exerceram. O Supremo decidiu a favor dos interessados e contra a indústria da fé.
Não é coisa pouca. Lembremos que há poucos anos Lula fazia um acordo com o Vaticano que deixou muitos de cabelos em pé. E que na véspera das eleições presidenciais de 2010 os três candidatos mais votados afirmaram não apoiar o direito de aborto, cedendo a pressão católica/cistã. Duas candidatas eram mulheres.
Ontem o judiciário mostrou algo que nem o executivo, muito menos o legislativo, têm se disposto a fazer. O Brasil é laico. Ou deveria ser.

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