segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A mídia em debate

Toda e qualquer tentativa de alteração do status quo gera debates que podem ou não caminhar para uma transformação social - em maior ou menor escala. O fato é que há muito tempo não víamos tantas tentativas de mudanças do status quo, ainda que em setores pontuais (mas representativos) da sociedade dominante.
Sem dúvida um dos grandes agentes práxicos deste processo é o presidente venezuelano, Hugo Chavez. Chamam-no de polemicista. Entendo que o adjetivo é derivado de sua ação, incômoda a setores que se consideravam consolidados, da burguesia nacional venezuelana e, principalmente, da burguesia internacional.
A não-renovação do direito de transmissão da RCTV (um tipo de Rede Globo de lá) é, certamente, o mais atual exemplo desse incômodo chavista. Com efeito: o direito de transmissão de sinais de rádio e TV é de propriedade do Governo (assim como o é no Brasil), que concede esse direito para determinadas empresas privadas, por um certo tempo. Evidentemente que estas empresas precisam prestar serviços de relevância pública, visto que estão lucrando MUITO sobre uma propriedade (o direito de transmissão) pública.
O governo de Chavez considerou que a RCTV não prestava relevante serviço público, e não renovou a autorização.
O debate foi aberto. Empresas como a brasileira Rede Globo assustam-se com a possibilidade dessa moda pegar. Qual é o grande serviço que vem sendo prestado pela Globo, que justifica as fortunas que lá são geradas sobre um direito público de transmissão?