sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Declaração de (anti-) voto

Nesta época muitas pessoas me perguntam em quem vou votar ou mesmo pedem indicações de candidatos. Meu entendimento é que, nesta eleição, interessa mais quem NÃO vai ganhar. Explico:
A leitura que faço sobre a política brasileira é que nossa sociedade está passando por um lento e gradual processo de amadurecimento. Collor, que já foi eleito Presidente da República, hoje tem que se contentar com a possibilidade de ser governador de Alagoas. Temos um "Tiri-rica" candidato a deputado, mas não há mais espaço para um Enéias, que já obteve três milhões de votos para presidente. Quero dizer: as coisas não estão bem, mas aos poucos, vão se tornando menos piores.
No próximo final de semana, muita gente ruim vai se eleger. Mas uns tantos, que são políticos corrompidos e ocupam cargos mandatários há décadas, ouvirão um "basta" dos eleitores. Alguns já têm a derrota como certa. Exemplos são a governadora Yeda, do PSDB-RS e os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI), Marco Maciel (DEM-PE), Rita Camata (PSDB-ES), Cesar Maia (DEM-RJ). Outros, ainda, correm o sério risco de não se reelegerem: Artur Virgílio (PSDB-AM), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Mão Santa (PSC-PI). Espero que o povo destes estados faça ao Brasil o favor de não dar novos mandatos a estes que são políticos da pior espécie.
Em São Paulo, tenho esperança de ajudar a barrar a reeleição de dois políticos em particular. O Tuma, atual senador, candidato gravemente enfermo, não deve se eleger novamente. Chefe da polícia na ditadura militar, nunca fez por merecer os mandatos que lhe foram concedidos. O outro que espero não-eleger é o Alckmim. É preciso acabar com a dinastia tucana que impera em SP desde o início da década de 1980. A questão é simples: cada partido dá mais atenção a um setor da sociedade. Há 30 anos o PSDB (antes, seus políticos filiados ao PMDB) governam São Paulo. Por isso o sistema educacional é falho. Por isso não há programas sociais eficientes. É preciso mudar.
Meus votos, portanto, não vão para os políticos que se elegerão - muitos dos meus candidatos não chegarão lá. Mas serão pensados, cada um, no sentido de ajudar a impedir candidaturas indesejáveis.
Para deputados, estadual e federal, votarei na sigla do Partido Comunista Brasileiro - PCB - 21. Espero, assim, que os políticos eleitos percebam que há uma parcela da população que espera políticas públicas mais voltadas ao proletariado, mais à esquerda.
Também para senadores, votarei nos camaradas do PCB, Mazzeo - 211, e Ernesto - 212. Se houvesse chances do Tuma ou do Aloysio se elegerem, eu me sujeitaria a votar na Marta e no Netinho, seria um anti-voto mais eficiente. Mas, para meu alívio, isso não será necessário.
Para governador, entendo que será útil o voto em qualquer candidato que não o Alckimim. Não espero um governo maravilhoso do Mercadante, mas seria melhor que o Alckimim. No segundo turno, votarei nele. Agora, o mais importante é que o tucano não consiga eleger-se no primeiro turno, e para isso, basta votar em qualquer outro candidato. Eu votarei no meu amigo Igor Grabois, 21.
Por fim, para presidente, entre Dilma e Serra, sou Dilma. Basta olhar os governos FHC e Lula para constatar a maior eficiência do atual presidente. Mas entre uma Dilma "de centro-direita" e uma Dilma "mais à esquerda", eu fico com esta última. Por isso, votarei em um candidato da esquerda. Escolho o Ivan Pinheiro, 21.
Os meus votos serão todos no PCB e não por acaso. É um partido sério, capaz de expulsar filiados que se corrompem, mesmo que sejam membros dos governos. E, naturalmente, é um partido que sofre por essa sua postura exemplar em meio a um cenário político corrompido. É, enfim, um partido que merece minha confiança.

Um comentário:

ALEX disse...

Olá daniel,

Vi alguns debates na TV e da nojo o modo como dilma, serra e marina falam... tudo programado p atingir o maior numero de pessoas, discurso pronto e falso.

Em contrapartida o Plinio foi brilhante, discurso perfeito.. e ontem ele deixou claro na globo q de bobo nao tem nada, muito pelo contrario.