quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O sonho do rei


Algumas frases por vezes são registradas na história como a expressão sintética de todo um tempo e de todo um movimento. Por exemplo: depois de passados tantos séculos, conhecida e consagrada a tradição dialética socrática, quanto não pudemos construir a partir de "banalidades" como "só sei que nada sei". Ou quantas vezes teria sido repetida, nos diversos idiomas, a cartesiana "penso, logo existo", como expressão de todo um conjunto de autores aos quais convencionou-se chamar de racionalistas, e mesmo como expressão daquilo tudo que forçosamente colocamos sob o título de modernidade?
Dentre tantas expressões que extrapolam seu significado ganhando sentidos muito mais amplos e fortes (cá entre nós: se, à margem de Sócrates, ouvíssemos na rua alguém dizer "só sei que nada sei", provavelmente responderíamos: então deves buscar por saber mais, meu caro, pois o saber está aí pelo mundo...), tenho como certo que a expressão do movimento anti-racista mundial foi posta em agosto de 1963 pelo pastor Martin Luther King, quando por várias vezes em seu discurso repetiu "Eu tenho um sonho". Eram muitos sonhos que, ao mesmo tempo, eram apenas um - liberdade.
Há uma tradução integral do discurso de Luther King aqui. E logo abaixo um trecho deste mesmo discurso em vídeo.

(Se alguém não entender porque tantas referências ao Mississipi, lembro do filme Mississipi em Chamas...)

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