terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sobre o prazer

Semana passada coordenei uma mesa de dabetes na UMESP, que teve por tema Filosofia além da tradição e contou com a participação dos professores Wesley Dourado, Suze Piza e Marcos Euzebio. Em função desta mesa, eu retomei há umas duas semanas minhas leituras dos filósofos chamados hedonistas - ainda que, em verdade, muitos não o sejam: para ganhar esse título, filosoficamente despresível aos olhos da tradição, parece bastar colocar-se como não-totalmente-metafísico...
Não sei se por acaso, justamente na semana passada uma colega comentou que este Blog só tem tratado de questões políticas...
Juntando os fatos, resolvi colocar-me sobre o prazer (ou em cima dele?), usando para isso uma breve poesia de Drummond, que sempre me desperta certa animalidade:

A língua lambe as pétalas vermelhas da rosa pluriaberta;
a língua lavra certo oculto botão,
e vai tecendo lépidas variações de leves ritmos

E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Q poema maravilhoso