quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sopreposição de escândalos

Daqui do "mundo dos humanos", fico imaginando que quando um político brasileiro se vê metido num grande escândalo, fica torcendo para outro escândalo, mais atual, aparecer logo, pois essa será sua tábua de salvação. A governadora do Rio Grande do Sul não conseguiu provar que estava "limpa" em relação ao desvio de verbas no DETRAN gaúcho (um escândalo!), mas valeu-se da maioria de apoiadores na Assembléia para não ser impedida (outro escândalo!). Voltou a aparecer na imprensa apenas quando ganharam destaque as acusações contra o presidente do senado e terceiro cidadão na hierarquia da República, o Sarney, que, desta vez, contratava pessoas para o Senado Federal e dava aumentos salariais sem que as informação fosse publicada em qualquer tipo de veículo institucional ou oficial (que escândalo!). Dentre os contratados, seus parentes, amigos, protegidos (escândalo!)... As críticas foram tantas que ele, presidente do senado, foi o congressista que mais faltou ao trabalho ao longo do ano (escândalo! escândalo!)(veja a informação no site Congresso em Foco).
A sorte do Sarney foi o Arruda, governador do Distrito Federal, que foi filmado recebendo dinheiro ilícito para sua campanha (outro escândalo!), colocando nos bolsos, meias, cueca... Esse mesmo Arruda havia renunciado ao cargo de senador quando se descobriu que ele fraudava o painel eletrônico que registra as votações do Senado - votações que definem a legislação brasileira (um velho escândalo, que caiu no esquecimento quando outro ganhou o palco).
Arruda, que é a bola da vez, e suas meias cheias de dinheiro, viraram charge com direito a trocadilho maquiavélico:


Charge publicada por Dálcio no jornal Correio Popular

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