segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Há vagas

Ao contrário do que se pode pensar, um dos bons motivos para se estudar filosofia hoje é o mercado de trabalho. Sim, há vagas - e de sobra - para quem resolver entrar nesse campo. E sobre isso faço duas considerações em especial:
(1) recentemente o Conselho Nacional de Educação (órgão representativo do Ministério da Educação) instituiu oficialmente a obrigatoriedade das disciplinas Filosofia e Sociologia em todas as escolas de ensino médio em território nacional (Resolução CNE/CEB 4/2006, Art. 2º, parágrafo 3º. Clique aqui para acessar). Mesmo antes dessa resolução, muitos estados já vinham adotando esta prática - em alguns casos, como o do Estado de São Paulo, havia sido inserida a Filosofia, mas não a Sociologia. O fato é que desde 2006 ambas tornam-se disciplinas obrigatórias. Por outro lado, o número de cursos de licenciatura em Filosofia é insuficiente para atender essa repentina demanda - é preciso formar professores em número suficiente para tanto, e isso levará algum tempo!
Para se cumprir a determinação legal, professores com formação em outras áreas do conhecimento estão assumindo grande parte das aulas de Filosofia, mas evidentemente sem o necessário preparo para tal. Aqui, então, se justifica o estudo de filosofia de duas formas: haverá boa oportunidade de emprego a partir do 1º ano de estudos no curso; ao formar-se, o profissional atuará em sua própria área, para a qual está devidamente preparado, proporcionando uma educação de melhor qualidade.
(2)O outro aspecto é a questão salarial. Se, por um lado, é verdade que o estudante terá oportunidade de entrar no mercado de trabalho logo no início do seu curso, por outro é preciso considerar os baixos salários pagos para os profissionais da educação básica (tomo por referência o estado de São Paulo), sobretudo na rede pública. Sobre isso, há que se considerar: (a) a possibilidade futura de prosseguimento dos estudos, oportunizando atuar em outros níveis da educação ou em outras áreas do mercado; e (b) mesmo na educação básica, costumo contrapor os baixos salários às excelentes oportunidades de trabalho; em outras palavras: o salário pode não ser tão bom (e nem tão ruim assim...), mas provavelmente não faltará emprego...