quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Ouvi dizer

Ouvi dizer que 14 advogados dos mensaleiros afirmaram que seus clientes eram inocentes.
Ouvi dizer que o suplente de senador, que assumiu no lugar do senador corrupto, não fez nada de errado, apesar de intermediar a negociação ilícita que levou o titular do cargo à renúncia.
Ouvi dizer, ainda, que o presidente do Senado não recebeu dinheiro por fora, para facilitar a vida de algumas empreiteras. Aliás, foi o presidente do senado que deu o voto decisivo para inocentar o suplente de senador já citado.
Ora, eu ouvi dizer que o próprio presidente da Comissão de Ética do Senado tinha em sua história algumas contas pagas de forma mal contada.
Mas isso não deve ser assim tão importante, se é verdade que eu ouvi dizer que o finado ACM era o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
E eu ainda ouvi dizer que, depois que ele morreu, o próprio filho assumiu a vaga deixada pelo pai.
Por falar em senadores, quando eu ouvi dizer que o Paulo Coelho (calma, ele não é senador) foi eleito para a Academira Brasileira de Letras, eu fui ver quem eram os acadêmicos. E não é que lá estavam políticos influentes, como o Ex-Presidente da República e do Senado, José Sarney; e como o Ex-Vice-Presidente da República, Marco Maciel. O Coelho, pelo menos, não levanta lebre...
Eu não ouvi dizer nada sobre as importantes obras escritas pelos senadores-acadêmicos, que os levaram à Academia. Pelo menos, não ouvi nada sobre obras que eles mesmos tenham escrito, e não seus gostwriters.
Ouvi dizer que entre os cinco deputados federais mais votados no Estado de SP, nas últimas eleições, figuravam políticos reconhecidos por sua explícita corrupção, homens que ficaram famosos porque tiveram carreiras artísticas (e não políticas) e até um, também falecido, que ficou famoso apenas por repetir seu nome insistentemente.
Poxa, eu ouvi dizer tanta coisa...

E depois dizem por ai que a Filosofia é que "viaja" nas idéias, versando sobre coisas que não condizem com o nosso mundo...